Voltar

Crescimento do Foodservice e Pressão Inflacionária: Como os Restaurantes Podem se Preparar

Rodrigo Fregonasse
Artigos
Crescimento do Foodservice e Pressão Inflacionária: Como os Restaurantes Podem se Preparar

Crescimento do Foodservice e Pressão Inflacionária: Como os Restaurantes Podem se Preparar

O mercado de foodservice no Brasil vive um paradoxo interessante, com forças opostas moldando o presente e o futuro do setor.

Por um lado, há uma perspectiva bastante otimista: segundo um estudo da Euromonitor International, publicado pelo portal Mercado & Consumo, o setor de alimentação fora do lar deve crescer, em média, 7% ao ano até 2028. O crescimento é impulsionado pela mudança nos hábitos de consumo, especialmente nas gerações mais jovens, que valorizam cada vez mais a conveniência, o consumo de experiências e a alimentação fora de casa. Outro fator é a recuperação econômica pós-pandemia, que volta a aquecer o mercado, estimulando novos negócios e a expansão dos já existentes.

Por outro lado, o setor enfrenta um desafio imediato e bastante concreto: a inflação acumulada de 7,6% nos últimos 12 meses em bares e restaurantes, de acordo com dados do IBGE divulgados pelo portal O Otimista. Esse índice supera, inclusive, a inflação geral medida pelo IPCA no mesmo período. Entre os maiores vilões estão os custos de energia elétrica, aluguel, salários e, claro, os insumos — que têm sofrido aumentos constantes, tanto em alimentos frescos quanto em produtos processados.

Essa combinação cria uma situação delicada: ao mesmo tempo em que o mercado oferece espaço para crescimento, ele também impõe uma necessidade urgente de gestão financeira rigorosa, sob risco de transformar oportunidades em armadilhas financeiras.

🚨 Oportunidade vs. Risco

  • Oportunidade: O crescimento projetado de 7% ao ano significa mais consumidores, mais demanda e possibilidade de expansão. Restaurantes que oferecem inovação no cardápio, boas experiências e eficiência operacional estão bem posicionados para capturar esse crescimento.

  • Risco: A inflação alta pressiona custos fixos e variáveis. Aumento em alimentos, energia, aluguel e salários compromete diretamente a margem de lucro. Negócios sem controle financeiro, sem gestão de caixa e sem planejamento podem facilmente cair em ciclos de endividamento.

🔥 Onde os Restaurantes Precisam Estar Atentos

  1. Custo de Mercadoria Vendida (CMV): A inflação nos insumos não é mais uma variável isolada — ela se tornou um fator central na rentabilidade dos negócios. Monitorar o CMV diariamente é essencial para entender se a operação está saudável. Acima de 35%, o sinal de alerta deve ser imediato.

  2. Despesas Operacionais: As despesas que parecem fixas — como aluguel e energia — estão sofrendo reajustes constantes. Somam-se a isso taxas de delivery, maquininhas e encargos trabalhistas, que também sofrem impactos inflacionários. Ignorar esses aumentos pode gerar uma falsa sensação de caixa saudável.

  3. Precificação Inteligente: Repassar custos para o consumidor se tornou um dos maiores desafios. A precificação deve considerar não só os aumentos de custo, mas também o comportamento do cliente, a competitividade do mercado e a percepção de valor. É preciso usar ferramentas como DRE, análise de margem de contribuição e acompanhamento do fluxo de caixa.

  4. Fluxo de Caixa: O fluxo de caixa deixa de ser um relatório operacional e passa a ser um instrumento estratégico de sobrevivência. Entender se as entradas e saídas estão alinhadas com as projeções, se há sazonalidade no horizonte ou se existem períodos críticos de pagamentos é a chave para não ser pego de surpresa.

🧠 Gestão de Caixa: 4 Dicas Práticas

  1. Controle Diário: Nenhum restaurante pode se dar ao luxo de não saber, diariamente, quanto dinheiro entrou, quanto saiu e o saldo real. Controle manual, planilhas ou, idealmente, plataformas que automatizam esse processo são indispensáveis.

  2. Faça Projeções: Com a inflação impactando progressivamente, é fundamental prever os próximos 3 a 6 meses. Inclua nessa projeção datas de pagamento de fornecedores, salários, aluguel e custos fixos. Assim, você antecipa gargalos e evita decisões reativas.

  3. Gestão de Estoque Inteligente: Estoque parado é dinheiro parado — e, em tempos de aumento de custos, isso se agrava. Ajuste suas compras à demanda real, negocie melhor com fornecedores e implemente controles rígidos para reduzir desperdícios.

  4. Negociação Contínua: Em um ambiente inflacionário, não se negocia uma vez e esquece. É necessário rever contratos, buscar melhores prazos, reduzir taxas e estar constantemente ajustando custos operacionais.

🔍 Conclusão

O setor de foodservice no Brasil está em uma encruzilhada clara. De um lado, um mercado aquecido e com projeções de crescimento robustas até 2028. De outro, um ambiente inflacionário que pressiona as margens e pode rapidamente transformar crescimento em crise.

O jogo está claro: sobrevivem e prosperam aqueles que dominam seus números, entendem seus custos, controlam seu caixa e tomam decisões baseadas em dados — não na intuição. Mais do que nunca, o controle financeiro não é uma opção; é a única saída para atravessar esse cenário de incertezas e capturar as oportunidades que estão surgindo.

Se você sente que é hora de olhar para o financeiro do seu restaurante com mais clareza e segurança, a Halon te ajuda a apagar incêndios antes que eles comecem. Fale com a gente.

Transforme a Gestão do Seu Restaurante

Automatize processos, reduza custos e aumente seus resultados com a solução completa da Halon para gestão de restaurantes.